Calabouço da Paixão
Já fui rei, já fui mendigo, já fui sultão e também camponês, na loucura da razão deitei com a emoção deliciando o sabor suave e amargo da razão. Nas tabernas da vida entrelaçado no laço do amor, amargo sabor de mel, purpura vermelha da paixão entreaberto sobre a razão, degustando a suave sensação de amar a mesma razão coberta com o chocolate da emoção.
Nos degraus da razão ou talvez da emoção, ser rei e mendigo a mesma emoção, no calabouço da alma a grandeza de nada ser, ou até mesmo de muito ser encafifado dentro de si mesmo a mesmice baila na clareza e também na escuridão, ocular de seus próprios olhos no olhar crítico e contumaz de nada ser, mesmo sendo sem querer tudo ser. Andanças e mais andanças na dança desta fugaz andança, ilógico e logico real sobre surreal no degustar insano e profano, sublime e soberano, deliciando a contradição de si mesmo , na arte de enamorar a mesma razão, abraçado ardentemente de paixão com os jornais frio e sortido na calçada gélida da vida, despertar embriagante de paixão deliciando a mais um nascer do sol, assentado em um banco qualquer no meio fio de esperança de enamorar por mais um instante a apaixonada e soberana dama , que em breve ira cruzar o pontifico da esquina , de braços entreaberto saboreando sem entender a beleza contumaz , que conduz seu sublime corpo escultural, com contornos e versos repletos de amor. No deserto da razão enamora a emoção, suado e sujo de si mesmo, na mesmice saboreando a luz solar, caminha bem devagar em direção do chafariz ali do lado e uns dois punhados de agua fresquinha, passa pelo rosto tirando a poeira da noite.
Por uma purpura vermelha paixão pulsa seu coração, entreaberto na candura de nada ser ou de tudo ser, ser rei e ser mendigo, com o mesmo sabor de amar a dama de sua noite em plena luz de luar, debaixo dos raios dourados do astro rei brilham intensamente, no pupilo de amar a mesma mulher. Na fama de tamanha lama enamora a emoção contrita no calabouço da razão, amando a soberba, e a realeza na coroa de diamante prateada sobe os cabelos encaracolados da morena, que baila na busca de encontrar com seu único e exclusivo degrau, na insana busca de nada ser, um beijo quente inebria por um instante longos e ardentes beijos, desejos secretos na alcova da alma. No peito bate descompassado procurando pelo compasso no passo apresado da solidão , solitário embaraço no laço que laça distante a ausência essencial do momento, no círculo magico do tempo, o grande circo místico e encantado da vida, poetiza distante da razão abraçando os degraus da imensidão , braços suspensos ao ar enamorando a busca distante , na profecia de enamorar a incandescente cor purpura , vermelha da paixão nos lábios amargos da razão, sendo talvez aprendiz de si mesmo, no circo inusitado da vida, única e real companheira enamorando este mendigo e rei de si mesmo no palco do circo enigmático da razão , sonhando em encontrar com tua própria solidão, no solitário circo impregnado de gente o povo sorri com a busca insana e sem razão do aprendiz de si mesmo, no centro do picadeiro da vida, próximo dos degraus da calçada sonha em plena luz do dia o magico sonhador enamorando a amada solidão , na solitária cama de concreto armado , conduz seu repouso, mendigo rei e poeta de nada ser no encantado poema de amar o circo inusitado da solidão.
Talvez não está em você, admiração secreta, talvez esteja em mim, carta anônima minha amada, mil flores talvez o tempo roubou, na coluna da vida íngreme no mesmo lugar, na calçada da esperança eterniza teu nome e sobrenome com letras bem nítidas e vividas, com eterna saudade no peito, palpita compassadamente cada curva e contorno de seu sublime corpo. Talvez não esteja em você, mais está em mim.
Nute do Quara.