A ultima noite de amor...

A ultima noite de amor

‘’Acordei no meio da noite, por alguns instantes não sabia onde estava, fiquei meio atordoado, conseguia ouvir vagamente o barulho da chuva que lentamente caia no telhado, senti uma sensação estranha, de repente senti um corpo deitado ao meu lado, tive medo e vergonha de descobrir quem seria a pessoa, milhões de imagens e idéias surgiam em minha mente, fiquei imóvel na cama, senti medo que qualquer ato meu pudesse acordar aquela pessoa que agora dormia profundamente. A chuva agora aumentou certamente logo ela acordaria, pois começava a trovejar e relampejar intensamente como se a natureza quisesse nos castigar pelos nossos erros, com um enorme susto ela despertou devido a um trovão que fez estremecer nosso quarto, mas logo se conteve ao encostar em meu corpo, pois achava que eu ainda estivesse adormecido e ficou imóvel com medo de me despertar, podia notar a sua respiração abafada, ouvi alguns murmúrios seu mas não consegui decifrar o que dizia, parecia um desabafo, uma reclamação, ou simplesmente estava tentando alinhar o que iria me dizer assim que eu despertasse, de repente ela se calou, eu queria revelar que estava acordado, mas algo me fazia ficar ali calado sentindo mais um pouco do seu corpo, comecei a viajar em meus pensamentos, tentando imaginar o que aconteceu naquela noite, e me culpando por não conseguir recordar, imaginei os braços quentes que me envolveram na cama que agora servia apenas para sustentar nossos corpos que encontravam-se separados, sonhei com o amor gostoso que fizemos, e então comecei a recordar, lembrei de como foi bom, minha viagem foi interrompida ao sentir minhas mãos tocar suavemente meu rosto, fazendo-me caricias, como se estivesse me perdoando pelos erros que eu ainda não havia cometido, fiquei assustado com seu toque, mas logo em seguida você me abraçou, então resolvi me mostrar despertado a você, então me agradeceu pela noite maravilhosa vivida e disse que jamais iria esquecer de mim, já ia se levantando da cama quando te puxei e já em meus braços eu a beijei como se fosse a primeira a ultima vez, infelizmente era a ultima vez, então fizemos amor, um amor tão sincero que ate aparecia um sonho, nos entregamos sem medo sabendo que um estava sentindo o mesmo que o outro, foi o maior prazer já sentido por dois seres humanos, enquanto lá fora a chuva agora cantava uma melodia que só dois corações que se amam muito conseguiria entender.

A chuva passou, e você levantou-se da cama e com um beijo me disse adeus, não fez promessas de retorno, mas mesmo sabendo que não iria te rever novamente, meu coração não sei o porquê insiste em te esperar, talvez um dia eu te esqueça, mas enquanto isto não acontece eu sofro todas as vezes que ouço o barulho da chuva, pois me volta na memória noite de amor que tivemos e que certamente jamais iremos esquecer.’’

Antonio Ferrer
Enviado por Antonio Ferrer em 01/12/2018
Código do texto: T6516563
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