NEVE

Era verão e o meu coração

Estava coberto de neve

A brisa leve que soprava das montanhas

Acariciava o meu rosto

Tudo a gosto, convidando para o amor

Mas a neve insistia em gelar uma alma

Que não se entregava ao convite

Vedava suas frestas impedindo a passagem da brisa

E do forte cheiro que vinha das flores da montanha

Mas, já disse o poeta:

“Embaixo dessa neve mora um coração”

E era o meu, gélido e dilacerado

Frio e trancado para o gozo do amor

Mas ele há de aquecer suas entranhas

E derreter esse gelo amargo

Ele há de voltar a pulsar

E com isso, eu voltarei a amar