Por que continua esta febre rebelde
de insistir no absurdo próximo?
Por que esta inquietude não cede
se de tudo que sei o que sei é que nada posso?


O conforto de fugir e esquecer
de dar à vontade direção alísia
soprando chamas de um outro ser
no ser presente em pura física.


Seria esta a resposta da esfinge
posta sobre a sombra do meu acaso
a arma contra a fera que finge
recusar o desejo e o abraço.

* Poema escrito em 1985


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