CHÃO DOS SERTÕES

No chão seco dos sofridos sertões

O povo luta num lutar de esperança

Em seus lares à noite as orações

Piedosos pedem clemência e bonança.

Lá nos ares algumas nuvens se unem

E nos pátios as conversas sem iguais

Os sábios adivinhões se reúnem

E suas previsões atuam desiguais.

A esperança sustenta aquela gente

Gente sofrida de fé inabalável

Onde o sofrer convive permanente

Naquele chão deleitável e afável.

Nas várzeas o mato seco os rebanhos

Comendo aquele raro nutrimento

Em um poço guris revezam banhos

Sendo pra eles o maior divertimento.

Canecos de água puxados por eles

Daquele poço que abastece a região

Enchem tanques e os bichos bebem neles

Matando a sede que assola o sertão.

A noite nos terreiros as conversas

Repetem-se sobre a luz da lua cheia

As falas de maneiras bem diversas

Na luz da noite do luar que encadeia.

O encandear é deslumbrante e vistoso

Sobretudo quando volta a lua cheia

Pois com ela vem um chover ditoso

Aonde todos agradecem na areia .

José Maria
Enviado por José Maria em 28/11/2018
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