RELENDO O TEMPO
Quando suave desce a noite
e distante o arrebol ficou,
chega-me doce a flor da noite
em perfume que à memória tocou
levemente, para que lágrimas
não brotassem, do que ficou
num tempo de fadas,
sapatinhos de cristal,
quadrilhas no arraial
e a alegria de sonhar
um pouco mais os verdes,
os sucos e as tenebrosas
colheres do fortificante
óleo de peixes!
Ah, quisera ainda lá viver,
mas apenas posso reler!
Eugênia L.Gaio/18