RELENDO O TEMPO

Quando suave desce a noite

e distante o arrebol ficou,

chega-me doce a flor da noite

em perfume que à memória tocou

levemente, para que lágrimas

não brotassem, do que ficou

num tempo de fadas,

sapatinhos de cristal,

quadrilhas no arraial

e a alegria de sonhar

um pouco mais os verdes,

os sucos e as tenebrosas

colheres do fortificante

óleo de peixes!

Ah, quisera ainda lá viver,

mas apenas posso reler!

Eugênia L.Gaio/18

Eugenia L Gaio
Enviado por Eugenia L Gaio em 27/11/2018
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