Doze Horas
Naquela tarde perpassando as estrelas
Gotas azuis sangravam até o límpido mar
Como lágrimas de júbilos duvidosos
Desembocavam em escuros túneis cavernosos
Estreitos e profundos seguindo o horizonte
Onde brilhavam verdes cristais
banhando púrpuras juras de afeto
garratujadas por rotas pedras de giz
Rumo à impetuosas catadupas
entrecortadas por espessa névoa
de intragáveis sabores monocromáticos
até o lúbrico solo de incertezas
gradativamente acumuladas
engendrando afunilado atalho
ao sinuoso caminho
em cujo termo figurava-se frágil luz
mantida acesa por imortal fôlego
fio de esperança
na amálgama vertente da existência