FOME DE AMAR
O silêncio é tão profundo, tão
dominante, que acabo sentindo
seus passos, como se estivesse
se aproximando.
Estes momentos são tão gratificantes,
que termino me atrelando a um
diálogo, onde só eu que falo.
O assunto explanado é de uma
natureza só, embora e como sempre,
eu próprio reconheça, que o tema versado
seja muitas vezes dissonante.
E assim, passo a maior parte
do tempo, conversando com
com o nada, que na realidade,
é o único que me entende.
E ao matinar desse alienado e
tresloucado conto, dou conta que
sempre estive só, mas, feliz por ter
confidenciado ao silêncio,
minha fome de amar.