A ESSÊNCIA DO AMOR E DO AMAR.
Fiquei ao longo dos anos, tentado encontrar uma verdade absoluta, para tentar definir o que, afinal de contas, é o tão propalado Amor entre duas pessoas. Sim, parecia simples à resposta, mas, na prática, verifiquei que não é.
Na minha adolescência e princípio da idade adulta, observei o Amor motivado pelo sexo oposto - um rio de hormônios – mas, não era o que eu procurava, pois, na maior parte do tempo, esse sentimento era expresso apenas pela dosagem hormonal.
Em algumas oportunidades observei também a amizade e a camaradagem entre as pessoas que, na maior parte do tempo, dirigiam-se pelos chistes e identificações sociais e psicológicas.
Nessa oportunidade, verifiquei que, o maior administrador desses relacionamentos reconhecidamente amoroso, na realidade é o medo, o medo de não retribuir às perspectivas nos relacionamentos, e o temor dos processos comportamentais diante da solidão. Enfim, o medo de nos perdermos, no sentido mais amplo.
Observei que no treinamento para continuar nessa procura, eu deveria ser bem mais observador, transformador, e condicionar, o restante da minha existência, para realmente só olhar para dentro, de mim mesmo, pois ele poderia estar ali, bem escondido.
Foi ai que presenciei que a autoestima, é um ato contrário à felicidade, já que esta, normalmente, valoriza apenas a própria pessoa e não leva em consideração as nossas relações para com a outra, e que, nesta situação, baseada nos seus próprios recursos, não haverá um relacionamento verdadeiro.
Vi mais amiúde, que não existe o dar verdadeiro, e sim, somente o receber, pois assim, descobri que o egoísmo é imperativo. Examinei também que, sendo o Amor visto por idealização, somente a inclinação para se doar sem limites, é que nos permitiria saber Amar verdadeiramente.
Mas, não adiantava escutar, conversar, e ter conhecimento da opinião das outras pessoas, em geral dos devaneadores, sobre o Amor, e o próprio ato de Amar, e a premência disso. Porque até aquele exato momento eu não tinha me arrostado, realmente, com a questão: A incondicionalidade do Amor verdadeiro é uma capacidade da natureza do ser humano? Ou é uma invenção para que outros tantos a assumam, e passem a espalhar no mundo, que este é o único caminho para ser feliz?
Até que, a partir de determinado momento, constatei que todos os relacionamentos que ocorreram em minha vida, não aconteceram de forma diferente de todos os que eu observei, e que foram apenas com interesse meramente físico, com requintes de obter apenas prazer momentâneo.
Porem, eu esperava por acontecimentos relacionais de outro nível, aqueles não explicáveis, não materiais, mais interessantes, mais objetivo, e quase que anormais. Ou seja, eu queria constatar que existia essa "nova" forma de relacionamento, e que me daria à compreensão plena, e não somente a percepção tão subjetiva dos meus referenciais conscientes e inconscientes, de que efetivamente, eu desejava descobrir a verdade.
Assim, cheguei à conclusão que, na pratica do Amor “incondicional” mesmo no passado e atual, sempre vai existir uma condição, quer financeira, quer pessoal, ou mesmo profissional. E assim, disposto a aproveitar a forma que encontrei nessa busca da minha verdade, - pois acredito que cada um tem a sua - e sabendo que haverá muitas discórdias desse meu pensamento, pus-me a examinar com muito mais carinho, como sempre o faço, em todas as coisas que me proponho, principalmente nas questões do Amor e do Amar.
E principiei a compreender e a reparar as inúmeras expressões ao Amor, analisei que hoje, só há o interesse associado, quer seja social, financeiro, e principalmente, psicológico e sexual, menos o “Espiritual”, ou seja, tudo é meramente condicional.
Foi ai que descobri o Amor em uma de suas "formas" manifestada, mas, essa eu não revelo, PORQUE ELA TEM QUE SER EXPERIMENTADA, pois somente assim será compreendida, para que haja um real interesse nesse ato de Amar, sem apego, sem projeções, sem expectativa de qualquer espécie.
Descobrir aquele simples sentir, na sua plenitude Amorosa, sem restrições, esse foi finalmente o demonstrativo do que realmente é o Amor, e foi ai que certa indiferença afetuosa instalou-se em mim. A partir disso, pude compreender o que tanto andei buscando ao longo da vida. “A essência do Amor e o do Amar”, mas não o Amor incondicional, esse ainda vou continuar procurando. E que venham os questionamentos... Pois sou apenas um instrumento dele.