AMAR-SE AMANDO LOUCAMENTE
As ruas tornam-se fogo ao serem pisadas por você.
Eu sei. Não canso de te esperar, e fico perdido quando
não te encontro, você já não passa nos mesmos caminhos,
o vento no rosto adquire o peso das esferas dominantes
no céu, de homem viro menino, paralizado pelo veneno da gravidade.
Óbvio e oculto como os órgãos da luz, o amor conduz a atitudes
contraditórias, o patético não é trilhar a contramão do sentimento,
o patético é deixar-se dominar pela mudez do caos.
Além e antes de mim outros homens fizeram da rosa vermelha
a clave do amor. Porém sou o único a sucumbir
sob o peso das pétalas, quem sabe se por medo? ou pela
interrogação de voltar a viver após a morte em vida da política
( na política não existe amor, existe o desprezo dos acordos
e a ausência nas faces. Lá o beijo é um trovão
rasgando bandeiras).
Mas, voltando ao amor, o amor desenvolve raízes cujo destino
é ignorado por quem ama, sabe-se apenas o que é sentido,
nada é visto, os atos de quem ama são imprevisíveis
como a chegada, têm os desenhos das mais loucas plantas
submarinas de Antares.
Amantes fundam cosmos mergulhados nas fornalhas do amar-se amando loucamente