PASSASTE

A tua orelha

Pelo meu ouvido

Escutando eu o teu lúgubre gemido

Sabendo então

Que estavas comigo

Passaste

A tua Imensidão

Pela minha

Imaginação

Tendo então a certeza

Que eras Uma num milhão

Passaste

A tua paciência

Pela minha

Benevolência

A tua matemática

Pelas minhas letras

E juntos

Ficámos a ser uma doce valência

Passaste

A espuma dos teus dias

Pelas nuvens

Dos meus ideais

Céu e terra se uniram

E nunca nos separámos

Jamais

Passaste

O teu amor nascente

Pela minha vontade de crente

Olhámo-nos ao espelho

Ficávamos bem juntos

E tudo passou

A ser para sempre diferente

Passaste

O teu credo

Pela minha ânsia de crer

Ficando os dois

Então a perceber

Que afinal

O teu Deus e o teu sonho também eram o meu

Criando desta forma

O nosso Reino dos Céus

Passaste