MORRER DE AMOR...
Pensamento repleto de nostalgias,
ao vento, de leve envias
(que é pra mim, bem o sei)
com o coração na mão;
beijinhos em retribuição
aos beijos que não te dei!...
Tu fitas então a lua,
em pensamentos estás nua
(bem o sei, estás infeliz)...
Em teu corpo, com movimentos vãos,
fazes com as tuas, como se fossem minhas mãos,
as carícias que não te fiz!...
Gritas, do mundo, aos quatro cantos,
murmuras, és toda prantos...
Sei bem o que se passa dentro de ti...
Sonhas com tanto anseio sentido
que por mim, o teu está sendo possuído,
corpo que eu não possuí!...
Enquanto gozas sentindo um prazer
e por entre as pernas, escorrer
(sei que finges, finges, sim)
um líquido quente, jorrado
que porém, não foi ejaculado,
ejaculado por mim!...
Depois de crer que o sonho foi verdadeiro,
ouvidos colados ao travesseiro
(finges ouvir, eu bem sei)
mergulhada em sonhos e fantasias,
eu bem sei que ouvir querias
as palavras que não falei!...
Agora reclamas da própria sorte,
dizes que seria melhor a morte
(cala-te, boca...que horror!...)
Ah...como é bom viver,
porém, se for pra morrer,
que seja morrer de amor!...
(GERALDO COELHO ZACARIAS)