POR ENCANTO
No quarto da infância, o meu refúgio
Lá, a doce mãe abre livros que cantam
E encantam a menina que bela adormece
Dias de acalanto que são história
Verdades eternas vibram dias brancos de paz
Na esquina da memória,
A visão do abismo
Que nada! Moira enganada...
Previdentes fadas
Fecham a fissura do piso gasto
De amaros amores,
com doce de amoras
Colhidos ao raiar do dia
E deixam delicadamente
tapete de flores pra moça pisar.
Na imagem refletida
No jogo de espelhos
quatro cantos, um milhão de gritos
Encontros infinitos
Mulher atrevida no sonho e na lida
Cigana faceira em noites de luar
Seu homem chegou a tempo, leu o seu pensamento
Com rosa vermelha
chamou pra rodar
Quebrou-se o feitiço,
bruxas encarceradas
Por enquanto
Sem mágoas, nem despedidas
Por encanto
No canto da memória, a vida!