Pleonasmo

Quem sabe encarar de frente

Observando esta mania habitual

Tentar esquecer, tirando da mente

É uma escolha que não é opcional

E o coração, este déspota tirano

Ri enquanto ensaio tentativas

Ele sabe que é rei soberano

E me deixa trancafiado sem saída

O bom senso me diz que perdi o discernimento

Tentar deixar de pensar em você seria luta inglória

Consciente que você não me sai do pensamento

Desisto numa renúncia, dando a mão à palmatória

Não me resta outra alternativa

Não conheço um antídoto contra

Para o veneno de sua peçonha ativa

Que me deixa feliz barata tonta

Sabe aquela obstinada teimosia

Que atropela pisando a lógica

Posso até falsear disfarçando sabedoria

Mas seria perfídia numa falsidade ideológica

Pois um amor verdadeiro é como um pleonasmo vicioso

Inconsciente, me expõe em poesias bisonhas

Fica a seu critério pessoal achar brega ou gracioso

Releves o português e a pieguice desta minha desinibição sem vergonha

Que prepara o caminho para minhas conclusões finais

E nesta tarefa que dá trabalho, anuncio minha declaração

Num grito alto, rasgando as cordas vocais

Em lapalissadas do meu coração

Independente de ser legítimo ou excesso de redundância

Se você não cansar de ouvir, não vou cansar de dizer

Pode ser cafona, mas não é pecado pormenorizar as circunstâncias:

Tenho amor em abundância e ele é todo para você.