TE COMPARANDO COM AS FLORES.
Com cada fio do arco-íris fiz a tua bordadura, e foi com essa mistura que preparei a tua escultura, te ornei com flores de todas as cores, e com todo tipo de cheiro, molhei os teus cabelos encaracolados e de tom escurecido na queda da cachoeira, e os sequei com um flabelo da folha de uma palmeira, ataviei os teus olhos com todo tipo de tesouro, esmeralda, rubi, diamante e ouro, e de nada esqueci para colocar nesse teu olhar, rebusquei tudo que o meu coração pode guardar, que mesmo sem te ver eu possa lembrar.
No teu sorriso coloquei a expressão de lampejos, para que uma fonte de todos os desejos fosse feita somente para te ver, para que ninguém esqueça mesmo sem te conhecer. E assim quando chegar o tempo de chover, eu pretendo fazer o luar romper mais cedo, para não desvendar o teu segredo, que tu és um ribeirão em meio ao lajedo, e eu fico a te alimentar com as sobras do vento, onde o tempo não passa e só nos trás a fumaça do relento.
Na tua boca foi colocada uma voz rouca, como se fosse à foz de uma cascata, com um luar em cor de prata, como uma canção em plena serenata, e deu ao teu contorno labial, uma jovial sensualidade, porem de uma simplicidade sem igual. E a cada vez que te vejo, bebo do néctar do Amor e da felicidade, com a suntuosidade de uma flor, e toda essa pintura de beleza, é simplesmente para engrandecer toda tua pureza, e simplesmente te chamar de mulher natureza.