Doce Presença

Seus olhos e seus mistérios são como o luar e a escuridão

Seu jeito me ofusca então perco minha percepção

Pergunto-me então:

Como pode? De onde? Por que eu?

O seu rosto está tão presente quanto o medo

Eu sem mistérios acabo me entregando aos seus olhares

Por onde quer que eu vá

Por onde eu andar

Ali você sempre estará

Doce desejo que sinto em venerar sua face

É o que o meu coração sente

Que você sempre está presente

Posso ir onde eu for

Posso estar em qualquer lugar

Tu deixarás de me seguir?

Não.

É claro; a cada passo te encontrarei.

Não sei o porquê estarmos distante

Belo é seu semblante

Deixa-me fora de si

Nem todas te formariam

Ou será que todas fossem ti?

Só me resta esperar

Até o leito de morte por tanto te amar

Vagando em meio à escuridão, mas não deixam.

Não vêem, não querem se queixam.

Não vêem que a maior parte das vezes, fui entregue a ti minha bela não visível.

Não vêem que nem todos são imortais quanto o nosso amor.

Só me guie pela escuridão

Revele-me e se rebele a própria luz.

Mostre-me o caminho que ainda não conheço

Ou não mereço?

Se não mereci, sorri.

Se eu chorei, foi de angustia por não merecer o próprio sorriso.

Julgado iníquo, amedrontado e certeiro.

O maior falso verdadeiro

Sofrido e não alimentado

Pelas paixões alucinado

Pairado na janela das concepções

Direções bem incitadas

Colocadas em cada versão uma dose do meu sofrimento

Que com apenas um cigarro alimento com a crença

De obter apenas um dia, a sua doce presença.