APENAS UMA LÁGRIMA 



É difícil desvia-se de seus olhos, pois tudo que há em ti me fascina.
Como imã que o metal atraiu, assim são as mais lindas mechas de seus cabelos, e a covinha sobressaindo de seu rosto em sua bochecha.
Como anda? Ou melhor, é a bailarina no asfalto saltitando entre as pedrinhas no caminho, chama atenção dos que na praça estão á toa.
Não precisa tocá-la, basta aprecia-la para dizer que o criador embelezou o mundo somente com as suas palavras.
Suas mãos parecem que foram bem desenhadas, da cabeça até aos pés obra-prima bem detalhada, que recebeu do céu uma alma toda adornada, que do universo é a estrela mais cobiçada, que caiu na terra como um meteoro, que todos que o viram foram os mais desejados.
A sua voz é a cantoria que embeleza a vida, é a alegria das noites calorosas das camas geminadas, dos sussurros das madrugadas sombrias, dos sorrisos, das gargalhadas.
Teus lábios atraem a própria fruta, da cor vermelha e não muda; é o paladar da fonte insaciável, o mergulhar nas águas mais profundas e buscar nas rochas o brilho das pedras moribundas.
Os teus braços podem alcançar as mais preciosas joias, adornar ao pescoço com os mais brilhantes diamantes, mas não pode escutar os pensamentos mais altos e sublimes dos acorrentados corações apaixonados.
É ela que como revoadas de pássaros circulam nas mentes dos mais afoitos, atravessam os caminhos dos iletrados e vai cair na boemia dos intelectuais, nas músicas dos acovardados.
Não precisa ser ébrio para conquistá-la, nem poemas extravasados que não venham dizer-lhe nada, mas esperar que as lágrimas caíssem dos seus olhos, não de tristeza e tropeçar nas próprias falhas e desfigurar toda sua beleza.
Não é na imaginação que pode encontra-la e sim na atração que pode acha-la, está escondida por toda parte, sendo atraída por milhares de desocupados e desejados por milhões de internauta.
Vira o mundo de cabeça para baixo, chama a tristeza de baixo astral e o corpo de sobrenatural; é nociva e inteligente deixa sua marca nos inocentes, e se deixar levar tira tudo o que é seu, mas não consegue tocar em sua a sua alma.
É a peregrina de todos os sentimentos, o calvário de todos os tormentos, aconchega-se sem sequer perceber e se aloja como se fosse a Dona do querer.
É o olhar do marido distraído para disfarçar os erros cometidos, e a mulher percebe o enfeitiçado, que deixa um rastro na camisa amarrotada, um bilhete escrito no bolso da calça beijado.
É sentir a doçura do fel amargurado, a fala, a garganta, a língua no céu da boca travada e as confissões se escoarem pelos ralos.
É amanhecer sem as manhãs, madrugar nas ilusões dos absurdos e esconder a consciência da consequência, e desculpar-se com todos.
Apenas uma lágrima caída lentamente dos olhos da mais querida, que ainda existe um pouco da sobrevida, que é um fardo carregado pelos jovens adolescentes, que acende nas fontes as labaredas do instinto da carne viva.
Seu tempo é curto enquanto houver os mais enlouquecidos, os guardiões das memórias mal lembradas, sombras das namoradas enciumadas, reflexo das relações emudecidas e lembradas por todas aquelas que foram esquecidas.
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Celso Custódio
Enviado por Celso Custódio em 30/10/2018
Reeditado em 17/11/2021
Código do texto: T6490208
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