assim, tão longe
Eu te amo
Mas amo mais a mim
Eu preciso ser preciso nas minhas coordenadas
Epistemológica da lógica da minha subjetividade
Por isso preciso dosar todo o meu lirismo
Pois estou farto das minhas próprias entregâncias
E extravagâncias do meu romantismo exacerbado
Sim, eu te clamo
Mas reclamo mais ainda pela minha pretensa razão de viver
Preciso enxergar minhas dores, matar o morrido
Plantar novas flores e lavar os lençóis que um dia suou
Por isso acordo antes que durmam as últimas estrelas
E busco nas vozes dos sábios antigos
O gemido que busca estancar gotas de sangue da dor
Claro que te chamo
Mas derramo em minha consciência a razão e não me iludo
Pois estamos tão distantes que apenas sussurro seu nome
Nas noites frias e vazias de solidão nas ruas daqui da capital
Entretanto trago em mim um dragão e uma espada real
Sou selvagem e sou guerreiro que luta por melhores condições
Em sobreviver assim, tão longe de você