No ventre do teu mar sem fim
Gostava de te ter aqui
Sentada no colo do vento
Onde o barulho não se ouve
E a dor não se sente
Gostava de estar aí
No ventre do teu mar sem fim
Mergulhar nas tuas ondas
E deixar-me flutuar
Ao sabor da maré
Que me levará ao infinito do tempo
Do tempo que o tempo
Nunca poderá alcançar.
Viajar através do sol
Que nasce no horizonte dos sonhos
No mar das ilusões
Onde as sereias cantam
Canções de embalar
Onde adormeço
Num sono sem fim
Onde um cavalo alado
Me levará
Até ao jardim verdejante
Onde unicórnios azuis
Galopam livremente
Em cavalgadas compassadas
Pelas planícies da esperança.
Gilberto Fernandes