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é na manhã que encontro minha paz
seja após uma madrugada acordada
de erotismos alcoólicos ou sonhos
sem as dores que me carregam ao bar.

a brisa que avisa a saída do pão,
a água quente tocando o pó de café,
e há um resquício de solidão
na língua
antes do sol afastar
o frio que sobrou.

vejo a névoa se desfazendo
como dois amantes em sua
última dança,
mas a vida já está acordada
romantizando as perdas
bem antes destes versos.
ele precisa ir embora,
ela mora num bairro perigoso.

e eu volto para cama
com a alma desperta
ouvindo gracejos e carros passando
e pássaros cantando.

apago a luz em meu momento
de solidão
pensando no que irei fazer
depois que o relógio marcar
dez horas.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 17/10/2018
Código do texto: T6478453
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