No sereno do afago

Palavras que ferem,
Olhos que destoem,
Silêncio que amarga,
 
Onde há néctar que adoça o fel?
Onde há asas que plana o pouso em sensação perfeita?
 
Oh doce desejo que envolve sentimentos e melodia,
Sou escravo da sátira névoa que galopa na luz das estrelas,
Sou o pardo noturno que namora a lua enciumada,
 
Se me envolvo com o vento que ressurge em sonhos inacabados
Sou apenas o tolo que aprecia a magia do encanto que reclusa a fadiga,
Sou viajante tolo que cede o cansaço a sombra da árvore,
Sou o andarilho que não detém a solidão em seu encalço,
 
Há um veleiro à espreita no mar agitado,
Vencer as ondas levam os olhos a viagem do descanso,
E no afugento destino que espera o desembarque da áurea
Quebram-se os espelhos que cegam o viageiro,
 
Há um semblante intimo na paisagem que surge ao horizonte,
O sol deixa a luz branda para envolver nossos corpos,
Vamos seguir galopando em cavalos místicos
Que ao destino final confiará nossos sonhos,
E ao cume belo que contempla o ocaso,
Permitirá que nos beijemos na grama que acolhe as prisões sem muros.
 
 
J Lucivan Almeida
Enviado por J Lucivan Almeida em 13/10/2018
Código do texto: T6475461
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