SOBRE UM HOMEM DURÃO
Papai um dia contou-me -
E era reservado quanto aos irmãos,
Caçula de onze ! -
Sobre tio Milton.
Os dois ouviam Sílvio Caldas.
A contragosto (prova amor pelo irmão)
Papai tocara ao violão
Abismo de Rosas e então disse:
"Sabe, Milton, no Natal de 44,
Quando você teve licença
Da Base de Natal para passar
As Festas conosco, fiquei feliz...
Todos os dias acordava cedo,
Antes de todos, e ia até a sala
Ver se seu paletó estava no cabide...
Chorei demais no dia em que não estava."
O homem oficial durão de caserna,
A vida toda rechaçado pelos demais,
Chorou, emocionadíssimo, ante tal
Confissão de amor do caçula agora idoso, abraçaram-se...
Dedico ao titio, Ten. José Milton Marcondes Cabral e a meu pai, Prof. Mauro Pérsio Marcondes Cabral, ambos no Céu, eles sabem o quanto os amei.