EU VEJO O CÉU DENTRO DOS TEUS OLHOS.
O tempo já desbota as páginas do meu livro de memórias, porque os dias passados já não significam nada, viraram histórias, e eu não tenho tempo para relembrar informações do passado, pois tenho um apropriado espaço para plantar meus próprios pés, onde os fatos registrados ainda não terminaram.
E aqui, no meu silêncio, eu ainda te ouço falar, o que os teus olhos chegam a sussurrar, na medida em que o mundo me vê passar. E toda a minha esperança é certa, de que o tempo logo vai se fechar, e é claro que eu sei que isso é apenas uma descoberta, e que é o meu prólogo, o meu alerta, contra todas as tuas observações a me julgar.
Eu assumi e me oprimi pelo meu silêncio, e todas essas palavras que não me vêm à tona agora, me encabeça e começa a fazer sentido, o porquê dessa demora. Eu fui por ti seduzido só para te escrever e para recolher os teus pedaços, já que neles escondem todos os meus desejos aos teus abraços.
Estas são todas as palavras que eu segredei, para que esta seja a primeira página em clareza, que a antiga vereda solitária em que eu me guiei, sem nenhuma sombra de incerteza. E que ela venha repaginar os olhares perdidos e vazios, que sumiram ao se conciliar.
Eu assentarei o céu dentro dos teus olhos para te guiar, porque eu vivo te acreditando. Eu colocarei a lua pulsando dentro do teu coração, pois é assim que os meus pensamentos vão ecoar, no teu nome em oração, até eu te ver novamente, fazendo ninho o tempo todo dentro da minha mente.