Fim de uma paixão

E o tempo que era ínfimo se alastrou
A magia rara perdeu o encanto
A alma alegre de triste se curvou
E o rosto tornou-se um mar de pranto

De nada valeram os pingos da chuva
O solo fértil cálido se petrificou
Os pássaros canoros dormiram
Perderam o ponto nenhum cantou

De amuleto da sorte em nó
A um brinquedo esquecido
De um lindo e festivo vestido
A uma peça módica de brechó

O que se supunha invencível quedou
Os santos queridos nada disseram
As traças em tudo se sobrepuseram
A reza embora forte de nada adiantou

As flores de tristes murcharam
O que parecia eterno findou
O vento impiedoso mais forte soprou
E as pêndulas velas por fim se apagaram

O fogo da louca paixão apagou
E o tempo agora é fartura
Mesmo sem proveito algum restou
Tão somente uma noite vasta e escura.

Era paixão. Não era amor.

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Antônio Souza

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Registrando com enorme alegria a interação do grande amigo e excepcional Poeta Olavo Nascimento... com meus agradecimentos.

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16/02/2020 19:08 - POETA OLAVO

"Não adianta viver paixão
    Se não existir o amor
       O que cabe no coração
           É bem-querer sem desamor." 

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31/03/2019 12:53 - POETA OLAVO

"Colocar a fila pra andar,
    É tentar nova experiência,
       Tudo porque o verbo amar,
           Não se entende com indiferença."

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