NAQUELA NOITE

Por mais escura que seja a noite preta

De tão silenciosa que me apavora

É um uivar

É um vento ou um arrepio

Tem que ser hoje

Na calada da noite preta

Mesmo que escorra o vermelho

De um coração que já não bate

Que a dor que sente

Vem deste combate

Desta luta pelo segredo

De um vampiro que me invade

De fronte ao front

Sem ter inimigo

Quero apenas o abrigo

Repousar minhas palavras

E revelar aos teus ouvidos

O que talvez já saibas

Imprimir toda coragem que tenho

No silêncio da noite preta

A sós contigo

Me vi novamente em perigo

Retroceder?

A boca emudece como virgem querendo

E penso, penso, penso

Mais forte é ainda o amanhecer.

Paulo Roberto Fernandes
Enviado por Paulo Roberto Fernandes em 07/10/2018
Reeditado em 07/10/2018
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