Linha Tênue
Eu precisei do teu sorriso que me
trazia calma
Quando olhei e percebi que você tinha
ido embora
Procurei pelos quatros cantos do mundo
Gritei seu nome tão alto
Até minha garganta fraquejar e perder
a voz
E a chuva que me escorria os olhos
Quando me dei conta da nossa linha
tênue
Aquela que ainda nos ligava
Esse tempo todo
Nos mantinha
Quando foi cortada
E nossa mão não se encontrava
Foi ali
Sobre o vento da noite
Que a gente se distanciava
E distanciava...
Se acabava
E acabava...
Sobre as horas apressadas
Que mal tinham sido notadas
A vida tinha gastado as suas voltas
Saturada...
A linha foi torada
As pontas se debatiam no ar
Agitadas...
Uma trilha começava a aparecer
A alma apavorada
Já caiam as lágrimas
Minha mão trêmula não se equilibrava
Não havia uma rota de fuga
Não era esperado todo esse ardor
Que queima feito forno de restaurante
E incendeia feito fogo ateado a mata
Eis a morte
Daquilo que um dia gerou o nosso mais
belo sorriso
Que um dia foi motivo do meu delírio
Onde meu coração dilacerava
Ao som da sua risada
Eu me perdia
Me perco
E me perco
Até que você se perdeu
Ou se escondeu?
Onde foi que eu me vi no breu?
Era tarde
A lua se escondia
Eu já estava desolada
Foi naquela noite
Quando nossas bocas se encontraram
Pela última vez
E nossos corpos faiscaram
Até apagar
...
Apagaram!