A menina da cidade

Eu me senti vazio

porque fui o primeiro a me perder...

Então eu procurei alguém!

alguém pra me completar

e me entender.

Alguém que aceitasse

face a face

minhas grotescas imperfeições

sem correr...

Alguém que lutasse ao meu lado

contra todos os leões do passado

sem nunca se remoer...

É tão complicado.

Tão complicado encontrar...

Mas eu tentei!

tentei até me esgotar.

Vaguei clamoroso por toda a cidade

tentando ser e impressionar...

E foi nessas que achei a mulher...

A mulher que pudesse enfim,

me consertar!

Se bem que, mulher?

Menina. Menina de pouca idade

mas com muito pra me ensinar...

E eu? O guri da incompatibilidade

vazio que nem saco de ar.

Quando sentia o abraço quente dela

vindo só pra me consolar

me sentia organizado,

sem ter que me organizar...

Quando comecei a também me sentir quente

busquei um rumo diferente

por receio de me queimar.

Deixei ela, fui embora,

fui embora da cidade,

fui pra nunca mais voltar...

E a menina,

no meio do mundo,

queria profundo

queria me amar!

Talvez tenha sido eu

de novo, somente eu

com medo de me entregar...

Holofote Cerebral
Enviado por Holofote Cerebral em 05/10/2018
Reeditado em 05/10/2018
Código do texto: T6468390
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.