A menina da cidade
Eu me senti vazio
porque fui o primeiro a me perder...
Então eu procurei alguém!
alguém pra me completar
e me entender.
Alguém que aceitasse
face a face
minhas grotescas imperfeições
sem correr...
Alguém que lutasse ao meu lado
contra todos os leões do passado
sem nunca se remoer...
É tão complicado.
Tão complicado encontrar...
Mas eu tentei!
tentei até me esgotar.
Vaguei clamoroso por toda a cidade
tentando ser e impressionar...
E foi nessas que achei a mulher...
A mulher que pudesse enfim,
me consertar!
Se bem que, mulher?
Menina. Menina de pouca idade
mas com muito pra me ensinar...
E eu? O guri da incompatibilidade
vazio que nem saco de ar.
Quando sentia o abraço quente dela
vindo só pra me consolar
me sentia organizado,
sem ter que me organizar...
Quando comecei a também me sentir quente
busquei um rumo diferente
por receio de me queimar.
Deixei ela, fui embora,
fui embora da cidade,
fui pra nunca mais voltar...
E a menina,
no meio do mundo,
queria profundo
queria me amar!
Talvez tenha sido eu
de novo, somente eu
com medo de me entregar...