Canções do Amor. Canto 4.

CANTO 4.

Cá estou, à beira mar,

Observando as ondas dançarinas,

Entristecido na dor de te amar,

Observo vagas nuvens bailarinas,

Ao longe, o pescador solitário a navegar,

Na praia, brincam o grupo de meninas,

E você… Fugaz no meu pensamento,

Eu… Solitário no meu descontentamento.

Cá estou; versando em desespero e medo,

Nos braços da noite debruçado,

Onde estará meu doce anjo ledo?

Mas o destino; vil desgraçado,

Enfadonhamente dita esse enredo,

Destes dois corações, ao destino enlaçado,

Uma vez mais; amo-te desmedidamente,

A cada novo dia mais perdidamente.

Cá estou, encantado com sua juventude,

Com todo o seu deslumbre,

Com toda a sua virtude,

Ao longe, o reflexo do teu vislumbre,

Aprecio-te na minha poética quietude,

Sua voz é de suave timbre,

Te amo com grande amor,

Como a abelha deseja a flor.

Cá estou, à beira mar,

Admirando o vôo do albatroz,

Na dor de te lembrar,

Sentimento tão algoz,

Como é doloroso te amar,

Coração tão atroz,

O mar em sua dança,

Levando do pensamento a lembrança.

Cá estou, ouvindo nossa canção,

Em nosso esconderijo perfeito,

E no badalar de meu coração,

Prisioneiro do meu próprio peito,

Prisioneiro da minha insana razão,

Imagino todo tempo, tal amor sem jeito,

E na ilusão formada pelo pensamento,

Diluiu-se a imagem… Desapontamento.

- Cá estou, sem tê-la junto a mim,

- Unh!! Sei… E o que desejas senhor?

- Desejo amar-te sem ter fim,

- Vejo que tens belas palavras de amor,

- Meu anjo ledo, certo que sim,

- Peço-lhe então a mais ardente poesia,

- Certamente que farei, nada eu te negaria.

- Cá estou, meu anjo ledo,

- Diga-me poeta, tu revelará toda verdade?

- Perdoe esta alma aeda cheia de medo,

- Me responde com sinceridade?

- Tu já sabes o meu a maior segredo,

- Posso então ter sua lealdade?

- Sabes que sim, pois és meu único amor,

- Exageradas palavras poeta, sou mesmo essa flor?

- Cá estou, procuro-te em cada verso,

- És tão fofo, meu poeta amado,

- Faço do nosso universo ao reverso,

- És mesmo exagerado,

- Meu ser neste amor está imerso,

- Teu coração é insano e desesperado,

- Tanto que, já não posso mais contê-lo,

- Diga-me poeta; será que sou digna de contê-lo?

- Cá estou, bambina mia,

- O teu jeito de amar é misterioso,

- Meu amor é a fonte dessa tua alegria,

- Es mui gracioso,

- Sem você… Diga-me, o que faria?

- Singelo poeta, estas por demais ansioso,

- Anseio teus ardentes beijos,

- Eu sei que nutres insanos desejos.

- Cá estou, agora responda-me sinceramente,

- O que tu desejas saber?

- O teu coração… O terei eternamente?

- Unh… Difícil te responder,

- Sabes bem que amo-te loucamente,

- Sei… Tão grande amor, impossível esconder,

- Então, amemo-nos, meu anjo ledo,

- A ti me entregarei, sem dolo, sem medo.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 05/10/2018
Código do texto: T6468180
Classificação de conteúdo: seguro