FÉ, ONDE ANDAS?
Eu queria ter a grande força
Espiritual dos muçulmanos
Para implodir minha descrença
Revelar minha fé em algum plano
Eu queria falar com Cristo
No momento em que me dano
Abjurar-me do mal, aceitar penitências
Ter razões pra flagelar o corpo profano
Eu queria ter toda a certeza
Que da voz dos crentes emana
Cantar com eles o louvor nas igrejas,
Sufocar desejos da mente insana
Eu queria poder aceitar Krishna
Jejuar, rogar para que me ouça
Vislumbrar a minha tênue paz
No espelho d’ água que balouça
Eu queria ouvir a voz de Buda
Mergulhado no silencio e meditação
Agüentar privações e entender de vez
Os mistérios que afligem meu coração
Eu queria encontrar o guia espiritual
E que nele, eu tudo acreditasse
Sem precisar da indulgência ou do medo
Para que a sua fé, a minha ampliasse
Que sua pregação fosse, razão e verdade
Que ainda procuro e isso me bastasse
Para encontrar o sentido da morte, da vida
Sem que sua luz, a minha lucidez cegasse
Quem sabe não encontro tudo que procuro
No templo do espírito fechado e sem porta
Quebrando as paredes da incredulidade, ache
Que a verdade está em mim, porém já morta!!