FÉ, ONDE ANDAS?

Eu queria ter a grande força

Espiritual dos muçulmanos

Para implodir minha descrença

Revelar minha fé em algum plano

Eu queria falar com Cristo

No momento em que me dano

Abjurar-me do mal, aceitar penitências

Ter razões pra flagelar o corpo profano

Eu queria ter toda a certeza

Que da voz dos crentes emana

Cantar com eles o louvor nas igrejas,

Sufocar desejos da mente insana

Eu queria poder aceitar Krishna

Jejuar, rogar para que me ouça

Vislumbrar a minha tênue paz

No espelho d’ água que balouça

Eu queria ouvir a voz de Buda

Mergulhado no silencio e meditação

Agüentar privações e entender de vez

Os mistérios que afligem meu coração

Eu queria encontrar o guia espiritual

E que nele, eu tudo acreditasse

Sem precisar da indulgência ou do medo

Para que a sua fé, a minha ampliasse

Que sua pregação fosse, razão e verdade

Que ainda procuro e isso me bastasse

Para encontrar o sentido da morte, da vida

Sem que sua luz, a minha lucidez cegasse

Quem sabe não encontro tudo que procuro

No templo do espírito fechado e sem porta

Quebrando as paredes da incredulidade, ache

Que a verdade está em mim, porém já morta!!

Celio Govedice
Enviado por Celio Govedice em 10/09/2007
Reeditado em 14/11/2016
Código do texto: T646763
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