CELA DE OURO

De tua gaiola soltar-te eu quis

de tranca fácil e porta aberta

esperei por horas e não te vi

sair de tua cela não incerta...

Em teus olhos vi a prisão mais dolorida

que não despertarias mais à liberdade

então pude sentir o que é o fim da vida

a quem não voa rumo à sua verdade...

Voei o mais longe que pude voar

mas não há distancia nesse mundo

que a tristeza ferida possa apagar

e nem calar o que dói no fundo...

Voltei à sua cela de ouro

e me pus a teus pés a esperar

como se esperasse achar um tesouro

que muitos chamam de amar...

Também preso fiquei por esse amor

e tantas noites foram e tantos dias

que já não me causa nenhuma dor

morrer a escrever-te mil poesias...