Muitas emoções eu senti, sem nunca as tocar

Quanto tempo nesse caminho.

Quanto tempo nessa estrada.

Eu nem sei quanto tempo eu viajei a pé.

De carona, foram muitas vezes.

De ônibus foram alguma horas, mas dá pra contar.

De trem, pouquíssimas horas, tempo da litorina.

De carro, meu próprio, também foram bastante horas.

De barco, poucas horas mais pra travessias e pescarias também.

Pétalas de flores perfumadas, respiradas ávidamente.

Cheiros de fragrâncias variadas, despertadas emoções.

Suores, característicos odores, mas dependendo da situação, inebria.

Pode ter o sabor do vinho tinto, gotículas do mel puro.

Olhei muito para trás

Uma vez o meu caminho desmoronou.

Chorei tarde demais, tudo passou, como tudo passa.

A poeira demora pra baixar. Mas um dia baixa.

Uma das telas da vida é pintada com grãos de areia n'olhos.

Outras com raios de luz do alvorecer.

E tem aquelas telas maravilhosas inspiradas pelo por do sol.

É preciso viver algum tempo para saber o que se perdeu

E comemorar o que se ganhou.

Eu escreveria um livro, mas cada dia arranco mais páginas.

Muitas emoções eu senti, sem nunca as tocar.

Procurando motivos para estar todos unidos

Encontrei-me a sós.

Quando você olha para trás você imagina tantas pegadas!

Que nada!

A maior parte do tempo os poetas estão sem o pé no chão.

Criam asas, voam alto demais.

Alcançam distâncias inimagináveis.

Até não saberem mais voltar.

Robertson
Enviado por Robertson em 26/09/2018
Reeditado em 26/09/2018
Código do texto: T6460381
Classificação de conteúdo: seguro