Quando você bater à minha porta

Tenho a impressão de que

Mais cedo ou mais tarde

Você vai bater à minha porta

E eu, incerto, não saberei o que dizer/

Fazer, com tudo o que

Ficou guardado em mim

Todo esse tempo

De todas as noites mal dormidas

E das lembranças pelo quarto

Em objetos abjetos

Esquecidos pelo afeto

De quem simplesmente sumiu

Sem deixar rastros visíveis

No amor, o maior risco

É a certeza do final

É um sorriso arisco

Desmedido, informal

Que fica como um rabisco

De um tempo imortal

Que se foi, como algo que

Sempre pareceu impossível, mas

Como todo sorriso, durou segundos

E encheu minhas noites

E meus dias e todo o meu

Desespero...

Quando, finalmente, você

Bater à minha porta

Já não terei a resposta que

Procura...

João Barros
Enviado por João Barros em 21/09/2018
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