ESPERA

Era uma tarde fresca
e rosada, como esta,
aquela em que nos despedimos.
Tanta mágoa,
tanta ternura,
liam-se em seus olhos.

Minhas mãos entre as suas,
meus olhos nos seus.
Meus olhos choravam
e também o meu coração
com medo do abandono,
com a certeza de estar só.

Prometemos nos encontrar
aqui, neste mesmo lugar
quando houvesse terminado
os horrores da guerra,
para ficarmos juntos,
para sempre.

Eis que aqui estou...
tantos anos se passaram
e eu ainda a esperá-lo,
mas sei que é inútil,
você não virá jamais,
pois os mortos não voltam.

Maldita seja a guerra,
maldita seja a dor,
a dor que dilacera a alma,
que magoa a vida,
que destrói um coração,
mas, que não mata o amor.


FatinhaMussato
Jales (SP), outubro/1969
(Publicado no livro: Antologia 69)
(Publicado no livro: Antologia Escritores Brasileiros e... 2008.

FatinhaMussato
Enviado por FatinhaMussato em 09/09/2007
Reeditado em 10/07/2008
Código do texto: T645434
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