Verdades ou mentiras

Quando penso em você eu penso em mim

Porque me reconheço nas palavras que me diz

E quando fala que não sou nada

Sinto-me desaparecendo ante suas palavras

Pesa sobre meus olhos uma lágrima insistente

Que vem de dentro do sonho que se perdeu

Percorro um longo caminho na doida intenção

De lhe encontrar, mas vai à minha frente

Com pressa e medo, sabe que o amor não compensa

Sinto em minha boca um gosto nítido

De uma longa e interminável despedida

Talvez sejam meus olhos que não sabem ver

Minha boca que não alcance a sua

Minhas mãos que tocam apenas a ausência

Ou meus ouvidos que ouvem insistentemente

Seus repetidos nãos

Não sei aonde seus passos vão nem o que faz na noite

O que me diz são apenas sussurros que podem

Ser verdades ou mentiras

Mas sempre ouço com atenção

Com a leve esperança de que seja, enfim

Um eu também te amo.

João Barros
Enviado por João Barros em 13/09/2018
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