Teu amor é uma nau que oscila
Teu amor é uma nau que oscila
Entre ondas de desejos
Que, ao sabor dos ventos da razão,
É reprimida na enseada em que habitas
Ou, na ventaneira da insensatez,
Lançada no mar tempestuoso da paixão.
Vês em mim um perigoso escolho,
Ora submerso nesse mar,
Ora aflorado, refletindo o sol da vida,
Aquecendo emoções sem par.
Quando percebes o perigar,
Evitas o abalroamento,
Largas o mar do encantamento
E ao porto te pões a retornar.
E eu, ora submerso na escuridão,
Ora aflorando em ousadia,
Pego a pena da utopia
Para lavrar o porvir no coração.