Meu Abrigo
Eu, que há tempos não escrevia,
Que não cantava, e nem sorria.
Olhava enquanto a vida passava,
E pelas ruas, quem me via,
Sem esforço percebia,
Que o amor me abandonara.
Precisei de um beijo.
Tão somente um beijo
Para retomar a minha vida
Com um rumo já sonhado,
Com um sonho já vivido,
Outrora abandonado,
Com o coração partido,
Mas agora remendado,
E colado feito vidro,
Que quem olha, vê marcado,
Mas com amor, muito polido.
Quando foi estilhaçado,
Em um passado esquecido,
Eu o mantive bem guardado,
Em um lugarzinho proibido,
Que só fora alcançado
Por um amor mais atrevido,
Que eu não havia imaginado
Ter um dia existido.
Um amor também machucado,
Calejado, mas aguerrido,
Que batalha ao meu lado,
E nos faz fortalecidos,
Nos deixa apaixonados,
Como adolescentes escondidos.
Agora que fui coroado
E já estou bem decidido,
Terei sempre ao meu lado,
Me fazendo acolhido,
Esse amor abençoado
Por nosso Deus tão adorado,
Que me dera como abrigo.
Walter Vieira da Rocha
11 de setembro de 2018, às 20:20h