INCONSTANTE
Nós somos sempre assim, inconstantes,
Pela manhã parecemos secos,
Mas à noite transbordantes,
Quem nunca foi julgado quando querendo acertar, errou?
Éramos a forma mais pura de acreditar, até este mar nos afogar,
Aí viramos uma escassez, agora acreditando em pouca coisa, mas ainda profundamente, talvez irresponsavelmente,
Onde até o ateu alimenta uma fé por não querer mais se equivocar,
Não que eu seja incoerente, é que este sangue é tão quente quanto a luz de um sol,
Que arde de ira e queima em amar, às vezes a deriva de um grande mar,
E assim seguimos nós atados em nós,
Mas também seguem vós e quem mais reclamar por uma emoção,
Somos um precipício onde muitas emoções rolam desgovernadas,
Sem saber se alguma irá se salvar,
Seguimos sempre assim, deslizantes, incessantes,
Até que um abraço demonstra que basta um instante,
Para aquele ser inconstante,
Envolvido em seu calor refrescante,
Possa tão docilmente acamar.