ALMAS GÊMEAS
Duas almas saem juntas
Voando pel'eternidade
Brincando uma c'a outra
Sem conhecerem maldade
Tal aves em sua inocência
Seguindo os elos do Amor
Tão alvos em sua essência
Sorvendo da Vida o vigor
São manifestadas no Tempo
Um jovem e uma donzela
Ele, feliz e formoso
Ela, feliz e tão bela!
O Destino arquitecta o plano
De tão sublime reencontro
E, numa tarde tranquila,
Os conduz a um mesmo ponto
Os olhos cintilam e brilham
Mas já não mais podem lembrar
Porém incrustado na alma
Sobreveio a Paixão despertar
E se unem de forma harmoniosa
Em um casamento legal
Alianças, enfim, colocadas
O sonhado beijo inicial
Mas o Tempo é tão traiçoeiro
E as dores começam sentir
As pressões amargas da vida
Soterram os sonhos aqui
Sem sonhos, ou fé e esperança
Tal fruto que nasce da flor
Quando pétalas sequer são lembranças
Recebem o presente do Amor
Nasce assim o primeiro filho
Uma luz começa a brilhar
A força é então renovada
E sorrisos começam a voltar
Mas o Tempo é tão traiçoeiro
E as dores começam sentir
As pressões amargas da vida
Novamente começam ferir
Neste entremeio doloso
Quando a flor começa murchar
Lhes nasce uma filha tão linda
E a Pureza volta a reinar
Mas o Tempo é tão traiçoeiro
Se as dores pudessem passar!
E toda pressão já sofrida
Não pudessem mais lhes machucar!
Empenhado a todo momento
O Destino começa a agir
E um terceiro e alegre filho
De presente, à eles, vem unir
Mas o Tempo é tão traiçoeiro
E os ferem, e não podem escapar
As pressões amargas da vida
O Respeito começa a levar
Mas são almas-gêmeas tão lindas!
Por que insiste, Tempo, em matar?
Há pureza em suas essências
Mesmo que não consigam lembrar
Empenhado a todo momento
Foi o Destino capaz de jurar
Que se estas almas dormirem
Ele mesmo as ressucitará
Duas almas saem juntas
Voando pel'eternidade
Brincando uma c'a outra
Sem conhecerem maldade
Desta vez seguem com elas
Mais três luzinhas douradas
Frutos do jovem formoso
E daquela donzela amada
Homenagem à minha querida esposa