ENTRE A PROSA E A POESIA
“Entre a prosa e a poesia”
Às vezes sou como uma prosa bem escrita,
Outras vezes, fico louca,
Como a poesia que se solta
Da alma de um poeta.
Com emoção,
Inscrevo-me nos dias,
Planto-me no momento,
Nesta alternância da vida,
Nesta cadência semântica,
Ao sabor e ao ritmo de meu coração.
Ora vivo,
Tal como o tempo,
Quando ele nos agita,
Nos devora,
Nos atiça,
Nos desperdiça.
Ora, alastro o meu ser,
De um modo manso,
Que me abranda,
Que me agarra,
Que me amacia.
Num dia,
Sou serena como a água de um rio.
Noutro, sou tormenta e paixão.
Fogo, vento e mar bravio.
Nesta dualidade de me ter assim cativa,
Neste frenesim de meu viver,
Eu multiplico as esperanças,
Intento criar metáforas,
Que me ajudem a suprir,
Algumas de minhas falências ou desgraças.
Mas sei que amanhã quero acordar,
De alma renascida num poema,
Desta feita, registado por ti apenas,
Sobre a minha pele, Amor,
Com a pena bem segura por tua mão…
beatriz barroso