Desculpe, eu só quis te fazer feliz.
Ela bateu a porta na minha cara e foi embora.
Ajoelhado, desesperado, dentro de casa fiquei chorando.
Me segurei para não ir atrás dela lá fora.
Embora o coração e a alma estivessem se dilacerando.
Engolí seco as lágrimas e contive a dôr no peito.
Levantei, sequei as lágrimas, e resolvi viver.
Apaguei todas as lembranças dela no meu leito.
Não é essa separação que vai me fazer morrer.
A vida segue, não devo me entregar a falsos sentimentos.
O caminho pode ser longo, poeirento e com espinhos.
Mas eu vou preencher com alegrias os meus momentos.
E tendo Deus no meu coração, nunca estarei sozinho.
Depois de algum tempo a gente se encontrou aí pela vida.
Ela me abraçou forte e eu retribuí, sorrindo.
Mas achei estranho aquele comportamento.
Ela não estava nada feliz, estava mentindo.
Tomamos um café e colocamos as nossas vidas em dia.
Com a cabeça baixa ela lamentou o êrro cometido.
Insinuou que desejava uma possível volta.
Mas eu não estava preparado, ainda estava ressentido.
Doeu mais em mim dizer a ela que não dava mais.
Que a gente deveria seguir os nossos novos caminhos.
Que o passado já passou e não vale a pena reviver.
Eu estava feliz em vê-la, mas não estava mais sozinho.
Depois veio a despedida, a hora do adeus.
Ela quis saber se eu guardava mágoas.
Mas eu não guardo mágoas de quem amei.
Me perdôa, me desculpa...
Eu só quis te fazer feliz.
Manaus, 07 de setembro de 2018.
Marcos Antonio Costa da Silva