COMO FOSSE...
Como fosse meu coração uma estrada,
não conto as cicatrizes, as feridas,
nem reparo nos arranhões, nas marcas,
sei que foi o caminho, sua sina escolhida
vivida em plenitude, não a troco por nada,
o prato cheio, o prato vazio, o sabor da vida...
Como fosse um livro que se abre em qualquer página,
qualquer história ali escrita dita de maneira verdadeira,
tudo dito de forma fiel e sem derramar uma falsa lágrima,
o que se vive não esconde o sangue do amor na corredeira...
Como fosse um sol que ilumina os passos de cada um,
uma lua que abre e descortina lamentos e sorrisos,
teço rendas de poesias sem desdenhar em momento algum
os erros cometidos, com eles aprendi o valor do vidro,
aprendi que ser singular é entre todos ter me tornado um
homem que ama com as raízes profundas de todos os sentidos...
Como fosse um aldeão contando seu passado ao futuro,
que saboreia como fosse a vida de alguém um quitute especial,
quem ouve, atenta, a paz espia, solene, por sobre o muro,
a luz de cada um tem seu brilho próprio, não há nada igual...
Quando contar a sua história, seja a um pássaro, a uma criança,
conte-a sem retirar um tropeço, um abraço, um espinho, um sorriso,
conte-a como um bailarino que sobreviveu à toda e qualquer dança,
conte-a com amor como conto a minha a você, que está aqui comigo...