Versos ao vento

As tardes no parque ouvindo Rubel

coberto por seus braços

os beijos, toques e amassos

as juras feitas sob o céu

O sol caloroso que atingia meu rosto

era coberto pelo eclipse feito pela sua face

em seguida um beijo tão duradouro quanto agosto

se prolongava até a primavera, para que seu sorriso aflorasse

E eu perdido naquele nosso pequeno universo

feito um astronauta quando tocou a lua

me encontrava poeta, pensando em cada verso

para tentar descrever a beleza da sua alma nua

Por um instante me vi criança novamente

sonhando como se não houvesse um porém

repleto daquela alegria ardente

que só surge quando se ama alguém

Mas a vida não é tão simples quanto um poetizar

nem tão previsível quanto minhas piadas

basta um pequeno toque do destino

e tudo começa a se desarrumar

Os mares da vida nos reservaram outras emoções

O furioso Éolo não hesitou em nos soprar

saímos levados como embarcações

malditos ventos opostos da vida

ousaram nos separar

Escreverei meus versos no vento

para ele os soprar até seus pulmões

escreverei meus versos no vento

para que nas tempestades ele te leve boas vibrações

e rezarei para que eles resistam a todo tormento

chegando em ti, acalentando nas aflições

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 04/09/2018
Reeditado em 20/03/2022
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