Versos ao vento
As tardes no parque ouvindo Rubel
coberto por seus braços
os beijos, toques e amassos
as juras feitas sob o céu
O sol caloroso que atingia meu rosto
era coberto pelo eclipse feito pela sua face
em seguida um beijo tão duradouro quanto agosto
se prolongava até a primavera, para que seu sorriso aflorasse
E eu perdido naquele nosso pequeno universo
feito um astronauta quando tocou a lua
me encontrava poeta, pensando em cada verso
para tentar descrever a beleza da sua alma nua
Por um instante me vi criança novamente
sonhando como se não houvesse um porém
repleto daquela alegria ardente
que só surge quando se ama alguém
Mas a vida não é tão simples quanto um poetizar
nem tão previsível quanto minhas piadas
basta um pequeno toque do destino
e tudo começa a se desarrumar
Os mares da vida nos reservaram outras emoções
O furioso Éolo não hesitou em nos soprar
saímos levados como embarcações
malditos ventos opostos da vida
ousaram nos separar
Escreverei meus versos no vento
para ele os soprar até seus pulmões
escreverei meus versos no vento
para que nas tempestades ele te leve boas vibrações
e rezarei para que eles resistam a todo tormento
chegando em ti, acalentando nas aflições