RASTROS
Dor intensa invade o meu ser...
Tristeza infinita copula meu âmago.
Vejo o Sol quadrado; a Lua, meio oval...
Tudo porque já não sei viver sem você!
Minha luz se apagou, a vida inexiste!
O tempo é enfadonho, só pesadelos...
No ar que respiro sinto o tom azedo
Da infelicidade que me faz órfão e triste!
Perambulo em meu íntimo sem direção,
Estradas lambuzadas de total desespero
Levam-me à geometria do real abandono
De que sou vítima, só pedaços de coração!
Minha alma desnorteada está em abismo,
Eu me vejo ao relento desesperadamente só...
Nada me entretém, apenas uma alma vazia
Com fome e sede de amar... Tudo me é lirismo!
Talvez na morte haja recurso para desaparecer...
Viver de sonho e fantasia é acalentar depressão,
Não suporto do silêncio a malvadez que é dor,
Pois amo solenemente meu rastro de vida: você!
DE Ivan de Oliveira Melo