DESERTO

Levar-te-ia através do deserto
buscando desvendar mistérios
escondidos sob o chão.
Quando o sol reverberasse
sobre as areias escaldantes
e quando a noite profunda gelasse o ar,
sentar-me-ia a teu lado
e contar-te-ia, em voz baixa, segredos
que adormecessem os teus medos
e te fizessem despertar.
Falar-te-ia
dos pescadores de pérolas do Ceilão; 
de vulcões submersos,
que agitam o fundo dos mares;
de bandos de aves,
vindas de estranhos lugares
e de homens que deram suas vidas por um sonho.
Revelaria minhas dúvidas,
confessaria pecados,
inventaria inimaginados sons 
e a ti confiaria uma rara descoberta  que fiz.
Tu estarias sempre contente,
caminharias lentamente durante o entardecer.
Sorririas da minha ingenuidade,
dirias que sou tola e crédula,
que não estou pronta para o mundo
e o mundo não está pronto para mim.
Tu beijarias os meus olhos
e eu, eu beijaria as tuas mãos.
   


                                                               
 
LuciaArmenioLeal
Enviado por LuciaArmenioLeal em 01/09/2018
Reeditado em 01/09/2018
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