roubarei tuas falas em nome da arte

os olhos se fechavam aos poucos
a pedido das luzes;
teria sido a música
que despertara tua
vontade
mais serena;
o batom fora borrado;
a garganta coçava em
aguda ardência;

suas olheiras pesavam
e de longe era possível
sentir
o perfume
e o cigarro.

dançavam ali dentro
fantasias pela noite;
embriagados, de mãos dadas
como se fossem amigos de
longa data;
quisera ter mais tempo, sentir
mais coisas, ver mais coisas,
viver mais coisas;
descia mais palavras pela garganta
do que bebida;
molhava os lábios
com a saliva
com a língua;

"Tu és meu deus da morte," ela disse.

caía o pedido no reflexo dos olhos,
saindo das ruas e se levantando para
tão distante onde se podia chamá-lo
de lar.

"Tu és meu deus da morte," ela disse.

eles deitaram
em um sussurro despercebido.
e o sol nasceu em seu melhor sono.
Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 27/08/2018
Código do texto: T6432072
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