A JANELA
Não quero mais me importar
com as coisas que me trazem
dor,me fazem parar de cantar
e a meu lado,caladas jazem!
Num tormento sem fim
que a mim, como solidão,
acossam-me o coração!
Sorrir, brincar com o tempo
que passa em minha janela
sem a preocupação de nela
ficar pra sempre ou um minuto
quiça, do tempo que me resta
e ser feliz na janela!
A janela d'onde vi passar
o sorveteiro
o padeiro
o leiteiro
o bonde
onde a fletar eu via o moço
e por onde eu jogava o osso
pro cão!
A janela onde me debrucei pra
beijar-te os lábios num beijo
roubado que meu pai não há,
por sorte, avistado!
Eugênia L.Gaio/2018