ANIMALESCO

Uma imagem que não ouso esquecer,

Miragem de uma lembrança que isento

Da memória, pois tu que foste um vento

Hoje és tão somente para mim um dossiê...

No começo me derribavas em teus galhos,

Depois me socorrias já ferido dentre folhas

E, mesmo que não fosse eu uma tua escolha,

Vivia sangrando aos teus pés, cheio de talhos.

Aos pedaços prolataste pilhérias pela boca,

Eu colocava as mãos a cobrirem meu rosto,

Porque sofria em silêncio ousado desgosto...

Ah! Ninguém falou por ti, tu a mim o disseste

Que a vida era enciclopédia e que eu o imortal

Das páginas que retratariam teu gênio animal!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 25/08/2018
Código do texto: T6430129
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2018. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.