O barulho do mar não me incomoda
O barulho do mar não me incomoda.
Parece fazer parte do meu pensamento.
Talvez, devido ao vai e vem constante
Acompanha o ritmo das batidas do meu coração.
O voo das gaivotas sobre as ondas não me incomoda.
Parece fazer parte do meu pensamento.
Talvez, devido aos guinchares
Acompanham as controvérsias das minhas próprias opiniões.
A areia da praia, ora fofa, ora dura, não me incomoda.
Parece fazer parte do meu pensamento.
Talvez, devido aos milhares de grãos
Acompanham os atritos e as branduras do meu sentimento.
O azul do mar não me incomoda.
Parece fazer parte do meu pensamento.
Talvez, devido a recordação dos nossos melhores momentos.
Acompanham o dia e a noite da minha vida.
O céu azul não me incomoda.
Parece fazer parte do meu pensamento.
Talvez, devido parecer ao fundo as nossas visões.
Acompanham também os meus sonhos.
Vagar sozinho com o meu olhar sobre a imensidão do mar azul
As ondas, as gaivotas, o céu azul, as nossas pegadas
Tudo ficou lá.
Os teus olhos verdes, os meus olhos azuis
O sabor do teu beijo
O jeito de arrumar os teus cabelos
De apertá-la em meu peito.
Nós conseguimos fazer o nosso amor imobilizar tempo.
Tantas emoções das profundezas do meu coração emerge.
O ontem se foi, nada o refaz novamente.
Somente esse vento nordeste que suave refresca a minha pele
É fiel companheiro.
Pois aonde eu estiver
Ao cair da tarde ele te traz de volta.
Mesmo longe do mar, do céu, das gaivotas, das areias
Ele desfolha as emoções do meu coração e as joga ao chão.
Eu as resgato teimosamente
Porque
Quem sabe?
Um acaso, talvez.
Nos faça parar o tempo novamente.