Espera
O vento levou-o de mim,
tirou a possibilidade vaga
de sua esperada vinda,
de você que aqui está,
em todos os vãos...
Quando por mim passa,
com punhais de dor,
não o sinto longe,
não mais em desamparo,
gritando forte e desafiante...
Ah! Essa espera me desespera!
Não mais me diz: eu a amo.
O meu bem apenas lhe escapa:
Sinto que me trai e atrai,
Envolvida em redes-palavras,
Tramas de verbos!
E me deixa assim, gaga, muda, confusa...
Fiquei uma coisa esquisita, perdida,
Vago vagando inquieta...
Ah! Essa espera me desespera!