Estar presente

Como se não soubesse que eu tenho

essa urgência escancarada em minha boca

E como se eu pudesse estancar

toda essa verborragia em meu olhar.

Logo eu, que tenho horror ao silêncio!

Eu que me sobressalto a cada toque

que desliza a pele desenhando um rumo

Eu que tento conter desejos

estremecendo em gemidos quase mudos

Eu que amarro na saliva teu gosto de carência

Eu não abraço ausências

Sou louca por sentir presenças...

Eu gosto de arder possibilidades

quando me derramo em tua entrega

Gosto do murmúrio baixo na doma da pele

E da mão entrelaçada sob o arrepio

Eu me desfaço toda com teu toque macio

Eu abraço a brisa fresca desse tom arredio...

Francis Faria
Enviado por Francis Faria em 07/09/2007
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